sábado, 13 de abril de 2013

Primeira variedade transgênica

O Canal Rural anunciou no dia 3 de abril que a primeira variedade de cana-de-açúcar transgênica deverá ser lançada no mercado em 2017-2018. A coordenadora de biotecnologia do CTC, Sabrina Chabregasa,  informa que são necessários pelo menos 5 ou 6 anos para o desenvolvimento de uma nova variedade. É o caso da inclusão de características mais simples, como a resistência a insetos, que ocorre por meio da introdução de um gene. Para características mais complexas, levam-se cerca de 8 anos de pesquisas e testes até que a nova variedade seja comercializada.

A cana transgênica promete gerar aumentos de produtividade e dos teores de sacarose da cana, além de resistir a condições climáticas adversas, como a seca e o excesso de chuvas em algumas regiões,  e ao ataque de pragas. Países como Brasil (que é o maior produtor mundial de cana), Indonésia, Argentina e China estão na corrida para lançar a primeira variedade de cana-de-açúcar transgênica.

Diante da necessidade de incremento na produção, o mercado pressiona os pesquisadores. No CTC, onde trabalham cerca de cinquenta pessoas ligadas diretamente à pesquisa, os acionistas são o próprio mercado produtor de cana-de-açúcar, que tem pressa para lançar novidades. Os estudos são regulados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, a CTNBio, e os trabalhos são todos submetidos a aprovação antes de chegar ao mercado.

Essa inovação favorecerá o bioetanol de cana-de-açúcar no que tange ao aspecto econômico, pois deverá levar ao aumento da produtividade. Minha dúvida é sobre o aspecto ambiental. Que impactos ambientais (positivos ou negativos) a cana transgênica traria? Quais análises têm sido feitas para identificar e mensurar esses impactos? Haveria também impactos sociais?

Assista ao vídeo da reportagem:


2 comentários:

  1. Pois é, Flavia, leva um tempão. Em parte devido à complexidade de trabalhar uma espécie poliplóide e que é quase impermeável a cruzamentos, produção de sementes, etc. Mas em parte por causa do regulatório pesado que temos para transgênicos. Já para plantas melhoradas por qualquer outra técnica, é bem fácil...
    Agora é esperar. Mas pode ser que os concorrentes cheguem primeiro.

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  2. Sim, o tempo é uma variável importante quando se trata de inovação. Mas uma avaliação de impactos criteriosa não pode ser dispensada. Os concorrentes (internacionais?) também devem certificar suas inovações e passar pelo regulatório para transgênicos, não é?

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