sábado, 23 de março de 2013

Variedades de cana do CTC

Ontem tivemos um encontro do projeto AlcScens com Marcos Casagrande, engenheiro de desenvolvimento de produto do Centro de Tecnologia Canavieira, o CTC. Criado em 1969 como Centro de Tecnologia Copersucar, o CTC reestruturou-se em 2004 e se tornou sociedade anônima em 2011. É um ator importante na realização de inovações por meio de programas de melhoramento da cana-de-açúcar, tendo desenvolvido mais de 5 mil variedades em seu banco de germoplasma, localizado em Camamu, na Bahia.

A apresentação de Casagrande focou no desenvolvimento de variedades visando a aumentar a produtividade e, assim, o lucro do produtor agrícola. Isso ocorre por meio do alinhamento de tecnologias, em especial a biotecnologia. No período de 1980 a 2010, a produtividade das variedades de cana do CTC cresceu 70%.  Essas variedades já estão na oitava geração, representada pela série CT 9000.

Casagrande ressaltou a importância do melhoramento genético regionalizado, que adapta as variedades às condições edafoclimáticas das regiões. Ele nos informou que 40% da produção brasileira de cana-de-açúcar estão concentrados em duas variedades produzidas há 30 anos. No entanto, a cana com melhoramento regionalizado oferece rendimentos maiores, pois resiste mais ao estresse hídrico, está apta à mecanização, não floresce, possui maior teor de sacarose, além de um longo período útil de industrialização (PUI) e perfilha abundante.

As variedades de cana regionalizadas pelo CTC para a região do Cerrado foram lançadas em 2012, e podem favorecer a expansão da cultura canavieira nessa região de clima e solo menos favoráveis, comparativamente às condições de regiões produtoras tradicionais do Estado de São Paulo, como Ribeirão Preto. O aumento significativo do lucro do produtor lhe permite pagar os royalties ao CTC e se revela vantajoso para ambos.

Parcerias com outras empresas, como a Bayer e a Basf, também fazem parte dos negócios do CTC, contou Casagrande, que ressaltou também as inovações do centro em áreas fora da genética, como novos sistemas de plantio e colheita mecanizados, no manejo da lavoura, sistemas georreferenciados e modernização do processo industrial.

Entre os problemas elencados, está a complexidade genética da cana-de-açúcar, a concorrência com outras culturas (como beterraba, milho e colza) e a dificuldade de motivar produtores a adaptar suas condições de produção às novas variedades e tecnologias, como a colheita e o plantio mecanizados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário